A palavra estresse se origina, indiretamente, do latim stringere, que significa apertar, que deu origem ao termo francês arcaico "estresse" e, posteriormente, ao inglês stress, aportuguesado como estresse.(1)
Por volta de 1915, o fisiologista americano Walter Cannon descreveu a reação ao estresse como um comportamento de fuga ou luta, no qual o organismo de um animal, perante um perigo, preparava-se para fugir ou lutar e, em função disto, sofria várias alterações fisiológicas.(2)
Em 1936, o fisiologista húngaro Hans Selye, por sua vez, descreveu as reações do organismo ao estresse prolongado ("crônico"), na qual havia uma alteração inicial do funcionamento dos órgãos, mas numa segunda fase adaptativa, ele voltava praticamente ao normal. Se o estresse se prolongasse além desta segunda fase, ocorria um esgotamento da capacidade de adaptação e o organismo voltava a apresentar alterações, muitas vezes mais graves e duradouras que na primeira fase. (3,4)
Estressores são todos aqueles estímulos que desencadeiam esta série de reações adaptativas e, frequentemente, envolvem medo ou ansiedade. Assim, traumas graves como estupros, assaltos, grave violência física levam a reações de estresse (estresse pós-traumático)(5), mas formas mais brandas podem ser desencadeadas por rupturas amorosas, início de vida estudantil ou mesmo mudanças de residência.(5)
Quando o estresse se torna muito persistente, pode levar a uma reação de esgotamento que leva o nome de burnout. Este termo foi usado, neste contexto, pela primeira vez, pelo psicólogo alemão Freudenberger, em 1974. no sentido de "desgastar-se ou ficar exausto por demanda excessiva de energia, força ou recursos” (6).
Não há um consenso sobre quais os sintomas precisos do burnout, mas em geral são listadas manifestações como exaustão, redução do compromisso para com outras pessoas e com o trabalho, sintomas depressivos, agressividade, diminuição da compaixão pelo sofrimento e consequente despersonalização da relação com o paciente , no caso de profissionais de saúde (7).
Em virtude de sobrecarga de trabalho, dificuldades institucionais (deficiências de organização, falta de colaboração entre membros da equipe, falta de reconhecimento do trabalho), perfeccionismo excessivo e excesso de expectativas em relação a a si mesmo e outros fatores profissionais, muitos profissionais desenvolvem reações de burnout. Não há números exatos sobre a frequência de casos de burnout, em função de a definição da síndrome ser diferente, em estudos diferentes.
QUAL O TRATAMENTO DO BURNOUT?
O burnout não é uma doença propriamente dita, de modo que não há um tratamento específico. Mas existem evidências de que exercícios físicos aeróbicos (8), mindfulness (9) e técnicas cognitivo-comportamentais podem combater o burnout.
Mindfulness é o processo comportamental que leva a um estado em que a pessoa fica focada no momento presente. Ela tem base em atitudes de religiões orientais, onde a pessoa se observa, ao mesmo tempo que deixa de se envolver com suas emoções. Esta técnica tem se revelado útil em relação a sintomas ansiosos e depressivos, como forma de aliviá-los. Há várias técnicas de se atingir a mindfulness, desde exercícios respiratórios, passando por técnicas de relaxamento, até focar-se em sensações táteis como prestar atenção no contato que se tem com a cadeira em que você se senta ou mesmo mastigar atentamente uma uva passa. A ideia é que, quando a pessoa faz isto, deixa de se envolver com o redemoinho de emoções que levam ao sofrimento. Pode-se aprender mindfulness em cursos específicos ou mesmo livros.
As técnicas cognitivo-comportamentais envolvem entender o próprio comportamento, conhecendo os pensamentos e as emoções relacionadas a estes pensamentos e as consequências que eles trazem. Com base neste conhecimento, é possível adquirir um maior controle sobre as contingências que levam ao sofrimento. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) precisa ser feita através de profissional (psiquiatra ou psicólogo) habilitado.
QUAL O TRATAMENTO DO BURNOUT?
O burnout não é uma doença propriamente dita, de modo que não há um tratamento específico. Mas existem evidências de que exercícios físicos aeróbicos (8), mindfulness (9) e técnicas cognitivo-comportamentais podem combater o burnout.
Mindfulness é o processo comportamental que leva a um estado em que a pessoa fica focada no momento presente. Ela tem base em atitudes de religiões orientais, onde a pessoa se observa, ao mesmo tempo que deixa de se envolver com suas emoções. Esta técnica tem se revelado útil em relação a sintomas ansiosos e depressivos, como forma de aliviá-los. Há várias técnicas de se atingir a mindfulness, desde exercícios respiratórios, passando por técnicas de relaxamento, até focar-se em sensações táteis como prestar atenção no contato que se tem com a cadeira em que você se senta ou mesmo mastigar atentamente uma uva passa. A ideia é que, quando a pessoa faz isto, deixa de se envolver com o redemoinho de emoções que levam ao sofrimento. Pode-se aprender mindfulness em cursos específicos ou mesmo livros.
As técnicas cognitivo-comportamentais envolvem entender o próprio comportamento, conhecendo os pensamentos e as emoções relacionadas a estes pensamentos e as consequências que eles trazem. Com base neste conhecimento, é possível adquirir um maior controle sobre as contingências que levam ao sofrimento. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) precisa ser feita através de profissional (psiquiatra ou psicólogo) habilitado.
Referências bibliográficas:
(1) Harper D Online etymology dictionary (2019) Stress https://www.etymonline.com/word/stress , consultado em 03/02/2019
(2)Cannon W D Bodily Changes in Pain, Hunger, Fear, and Rage: An Account of Recent Researches Into the Function of Emotional Excitement (1915) https://books.google.com.br/books…(3) Selye H A syndrome produced by diverse nocuous agents Nature v. 138, p. 32 (1936)
(4) Selye H Forty years of stress research: principal remaining problems and misconceptions Br Med J v. 1383-92, 1950-https
(5) American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.
(6) Freudenberger HJ Staff burn-out J Soc Iss (1974) v. 50, p. 159-6
(7) Kaschka WP; Korczak D; Broich K Burnout: a fashionable diagnosis Dtsch Ärztebl Int (2011) 108(46); p. 781-7
(8) Naczenski LM, Vries JD, Hooff MLMV, Kompier MAJ. Systematic review of the association between physical activity and burnout. J Occup Health. 2017 Nov 25;59(6):477-494. doi: 10.1539/joh.17-0050-RA. Epub 2017 Oct 7. Review
(9) Gilmartin H, Goyal A, Hamati MC, Mann J, Saint S, Chopra V. Brief Mindfulness Practices for Healthcare Providers - A Systematic Literature Review. Am J Med. 2017 Oct;130(10):1219.e1-1219.e17. doi: 10.1016/j.amjmed.2017.05.041. Epub 2017 Jul 4. Review. PMID: 28687263
Imagem:
By Tânia Rêgo/Agência Brasil - http://agenciabrasil.ebc.com.br/briefing-sobre-cerimonia-de-encerramento-da-copa-america-brasil-2019?id=143409, CC BY 3.0 br, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=80192773

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